
O acordo entre Brasil e China para o desenvolvimento do CBERS-5, anunciado em 5 de julho de 2025 durante a Cúpula dos BRICS no Rio de Janeiro, marca um avanço significativo na cooperação espacial bilateral iniciada em 1988. O CBERS-5 será o primeiro satélite geoestacionário brasileiro, projetado para fornecer dados meteorológicos e ambientais com foco no território brasileiro. Orbitando a uma altitude que permite monitoramento contínuo da mesma região, o satélite aprimorará a previsão do tempo e a detecção de eventos climáticos extremos, como secas, tempestades e enchentes, com maior precisão e rapidez.
O projeto, liderado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no Brasil e pela Administração Nacional do Espaço da China (CNSA), posicionará o Brasil entre menos de 10 países com tecnologia de satélites geoestacionários, reforçando sua soberania em dados espaciais. Os dados gerados serão compartilhados gratuitamente com países da América Latina e Caribe, promovendo colaboração regional. Além disso, o acordo inclui transferência de tecnologia, fortalecendo o desenvolvimento conjunto. O lançamento está previsto para 2030.
Este marco reflete o compromisso dos dois países com a inovação no Sul Global, respondendo a desafios climáticos crescentes, como os observados em desastres recentes no Rio Grande do Sul. A parceria também complementa esforços anteriores do programa CBERS, que já forneceu milhões de imagens para monitoramento ambiental, agrícola e de desastres, incluindo a preservação da Amazônia.
Satélite trará benefícios para Brasil e China
O CBERS-5, primeiro satélite geoestacionário brasileiro desenvolvido em parceria com a China, trará benefícios significativos para ambos os países.
Para o Brasil, o satélite proporcionará:
- Previsão meteorológica aprimorada: Dados em tempo real para monitoramento de eventos climáticos extremos, como tempestades, secas e enchentes, melhorando a resposta a desastres naturais, como os recentes no Rio Grande do Sul.
- Monitoramento ambiental: Coleta de dados para preservação de ecossistemas, como a Amazônia, e gestão de recursos naturais.
- Soberania tecnológica: Posiciona o Brasil entre os poucos países com tecnologia geoestacionária, reduzindo a dependência de dados estrangeiros.
- Cooperação regional: Dados compartilhados gratuitamente com países da América Latina e Caribe, fortalecendo a liderança regional.
Para a China, os benefícios incluem.
- Fortalecimento da parceria estratégica: Consolida a cooperação espacial iniciada em 1988, ampliando sua influência no Sul Global.
- Acesso a dados regionais: Informações meteorológicas e ambientais da América do Sul, úteis para análises globais.
- Transferência tecnológica mútua: Avanço conjunto em tecnologias espaciais, beneficiando a Administração Nacional do Espaço da China (CNSA). Além disso, o projeto reforça a colaboração científica e econômica entre os dois países, com lançamento previsto para 2030, e promove o desenvolvimento sustentável frente aos desafios climáticos globais.