
O cometa 3I/ATLAS foi inicialmente identificado pelo projeto Deep Random Survey, no Chile, e recebeu a designação temporária A11pl3Z. Crédito: K Ly (astrafoxen) X/ Deep Random Survey
astrônomos detectaram o objeto interestelar 3I/ATLAS cruzando o Sistema Solar no começo deste mês. Esse cometa, também conhecido como C/2025 N1 ATLAS, é apenas o terceiro corpo de origem externa ao nosso sistema já registrado na história.
Pesquisadores conseguiram estimar a origem aproximada do astro e calcular sua idade. Se as hipóteses estiverem corretas, o objeto é mais antigo que o próprio Sistema Solar.

Nesta imagem, várias observações foram sobrepostas, mostrando o cometa 3I/ATLAS como uma série de pontos que se movem para a direita ao longo de cerca de 13 minutos na noite de 3 de julho de 2025 (Crédito: ESO/O. Hainaut)
Objeto interestelar é apenas o terceiro registrado na história
O astro foi identificado por um telescópio do Sistema de Último Alerta para Impacto de Asteroides com a Terra (ATLAS), situado no Chile e apoiado pela NASA, quando estava a aproximadamente 670 milhões de quilômetros do Sol.
Análises posteriores da sua trajetória confirmaram que se trata de um objeto interestelar, proveniente de fora do nosso Sistema Solar, e que é um cometa.
Esse é apenas o terceiro objeto desse tipo registrado na história, seguindo o asteroide ‘Oumuamua (de 2017) e o cometa Borisov (de 2019).
Origem é bem diferente do que se pensava
Agora, uma equipe liderada pelo astrofísico Matthew Hopkins, da Universidade de Oxford, pontuou a origem desse cometa interestelar. As descobertas estão relatadas em um artigo disponível no servidor de pré-impressão arXiv, onde aguarda revisão de pares para validação e publicação.
Segundo o estudo, o cometa 3I/ATLAS veio de um disco espesso da Via Láctea.
Para chegar nessa conclusão, Hopkins e sua equipe usaram um protocolo chamado de modelo de população de objetos interestelares Ōtautahi-Oxford, desenvolvido por astrônomos do Reino Unido e da Nova Zelândia para rastrear a origem do objeto interestelar até seu ponto de origem. O modelo usa dados do Gaia, e informações coletadas sobre o disco da Via Láctea e sobre como objetos se movem no espaço.
Sabendo que o 3I/ATLAS viajava a uma velocidade de 57 km/s quando foi descoberto e que ele tem entre 10 e 20 quilômetros de diâmetro, a equipe constatou que as informações são consistentes com uma origem no disco espesso da Via Láctea. Trata-se de uma região ao redor do disco fino principal, onde a maioria das estrelas ficam (incluindo o Sol).

Astrônomos estimaram idade do objeto interestelar
A maioria das estrelas presentes no disco fino principal da Via Láctea, de onde o objeto interestelar veio, tem mais de 10 bilhões de anos.
Se a origem do 3I/ATLAS for confirmada, os astrônomos estimam uma idade entre 7,6 e 14 bilhões de anos. O nosso Sol tem 4,6 bilhões de anos. Ou seja, este novo visitante interestelar seria mais antigo que o próprio Sistema Solar em que vivemos.